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Fôrma metálica: o que é, tipos, aplicações e como escolher

  • Foto do escritor: Yeshe Couto
    Yeshe Couto
  • 2 de jul.
  • 6 min de leitura

Atualizado: 16 de jul.

🕒 Tempo de leitura: 7 minutos


Introdução


A corrida pelo prazo, e para oferecer o melhor custo-benefício ao cliente, foi o que transformou a fôrma metálica de uma curiosidade de empreiteiras pioneiras em padrão de canteiro para quem não pode falhar no cronograma. Enquanto a madeira cumpre apenas algumas reutilizações antes de virar entulho, o painel metálico atravessa dezenas de ciclos sem deformar, dispensa ajustes manuais a cada pilar, diminui a dependência de carpintaria artesanal e entrega concreto com acabamento quase polido. Ele é, em essência, o elo que faltava entre produtividade industrial e a realidade desafiadora do canteiro brasileiro.

Quem nunca lidou com o sistema pode ter a impressão de que basta substituir tábuas por chapas de aço, mas a fôrma metálica envolve pressões de concretagem, logística de montagem, escolha de aditivos e calibração de escoramentos, tudo milimetricamente calculado. Ao longo deste texto você vai entender como o conjunto funciona, quais são as variações disponíveis, onde cada tipo gera mais retorno, quais armadilhas evitar na compra ou locação e como manter o equipamento em condições ideais até o último ciclo.


Linha de produção com formas metálicas montadas para execução de vigas protendidas, ao lado de galpão industrial.

O que define uma fôrma metálica


Por definição, a fôrma metálica é um molde temporário rígido onde o concreto fresco é lançado até adquirir resistência para se sustentar. A robustez vem da chapa de aço ou do alumínio, mas a eficiência de todo o sistema nasce da interação entre os seus elementos como: travessas, forcados, cruzetas, sapatas, tirantes e escoras. Quando esses elementos trabalham juntos, o painel suporta pressões de 50 kN a 70 kN por metro quadrado, valores que permitem concretagem rápida e até o uso de concretos auto-adensáveis.

A face do painel recebe a pressão direta do concreto; atrás dela, uma cadeia de travamentos horizontais e verticais distribui os esforços, de modo que o conjunto permaneça estável. Fechos mecânicos, cunhas, pinos, grampos excêntricos, unem os painéis sem o barulho constante do martelo na madeira. Tirantes ou cones de espera fazem o “amarrilho” entre faces opostas, impedindo que a fôrma se abra. Escoras reguláveis alinham prumo e plumo, conferindo estabilidade mesmo em estruturas esbeltas.



Materiais e componentes em detalhes


O aço carbono domina o mercado porque oferece resistência elevada por um custo relativamente baixo. O alumínio extrudado surge como alternativa, pesando 30% menos, porém custando 40% a 50% a mais por metro quadrado. Há ainda sistemas híbridos: dorso de alumínio, face de aço inox polido, combinação que une leveza a um concreto aparente de altíssima qualidade, exigido em museus ou passarelas arquitetônicas.

Para melhorar a vida útil, é aplicada em alguns sistemas, como por exemplo o AQ Flex e o Aqua Deck, galvanização a quente. Nesses sistemas de escoramento é utilizado o acessório chamado de Drophead. Esse acessório é um grande facilitador no processo de reescoramento.



Tipos de fôrma metálica e suas especialidades


Fôrmas trepantes

O “coringa” do canteiro. Diferentes larguras e alturas encaixam como peças de brinquedo e resolvem noventa por cento das paredes, vigas e pilares prismáticos. Basta escolher o módulo inicial, travar com as garra TP. Há a possibilidade de realizar módulos montados de painéis TP e içá-los até o local onde será concretado a estrutura. A troca de mão de obra de carpintaria por equipe de montagem treinada reduz o ciclo de pavimento em edifícios altos e quase elimina a etapa de regularização superficial.


Painel de forma metálica vertical com armadura para muro de contenção ou parede estrutural, em obra a céu aberto.

Fôrmas trepantes circulares

Reservatórios de água, silos de granéis, pilares tubulares e chaminés precisam de curvas perfeitas. Os painéis curvos são fabricados com raio fixo, para diferentes diâmetros, o que permite que a estrutura seja produzida com as dimensões exatas de projeto. Além de acelerar a produção, os painéis circulares diminuem drasticamente as marcas deixadas na estrutura, provocadas pela madeira segmentada, entregando um cilindro contínuo que dispensa correções posteriores.


Estrutura circular sendo armada com formas metálicas para concreto aparente em obra subterrânea de reservatório.

Fôrmas deslizantes

Na fôrma deslizante, a concretagem não para: macacos hidráulicos, instalados nas fôrmas e presos em barras metálicas, elevam toda a estrutura da fôrma a ser concretada em alguns centímetros por hora, à medida que concreto atinge a resistência mínima exigida em projeto. Esse processo propicia um ganho de prazo é tão expressivo. Torres de telecomunicação de quarenta metros chegam a subir em três dias corridos.


Fôrmas modulares para pré-fabricados

A indústria de pré-fabricados não tolera variação dimensional. Fôrmas metálicas modulares garantem que cada peça tenha a precisão exigida pelo projeto. Além da precisão das medidas, as fôrmas possibilitam que as peças pré-fabricadas recebam menos retrabalho. O resultado é volume massivo de peças prontas para estoque em pouco espaço de tempo.


Forma metálica reforçada em azul e vermelho para concretagem de elemento estrutural especial, em ambiente fabril.

Vantagens mensuráveis para obra e orçamento


Durabilidade é o aspecto mais citado, mas a fôrma metálica também se impõe pela produtividade. Fechos de engate rápido dispensam martelo e prego, reduzindo ruído e retrabalho. O acabamento liso implica menos argamassa de correção, economizando material e mão de obra de revestimento. Como o aço não absorve água, a superfície do concreto ganha resistência e cor mais homogênea.

A segurança cresce: plataformas metálicas com piso antiderrapante e guarda-corpo tubular substituem tábuas improvisadas. Menos pregos salientes e menos serragem significam menos acidentes. No quesito sustentabilidade, o painel metálico, depois de reaproveitados várias vezes, pode ser vendido como sucata ao fim da vida útil, regressando à siderúrgica para nascer novamente como outros produtos metálicos.



Aplicações que geram valor imediato


Infraestrutura urbana 

Viadutos, passagens subterrâneas e túneis convivem com trânsito intenso. Painéis modulares aceleram pilares e muros sem estender bloqueios de faixa.


Energia eólica 

Torres de concreto moldado in loco sob fôrmas deslizantes eliminam seções metálicas e reduzem o peso de naceles, além de garantir durabilidade superior em regiões litorâneas.


Saneamento

Tanques circulares de ETA e ETE pedem estanqueidade; fôrmas metálicas curvilíneas entregam paredes compactas e sem trincas.


Industrial pesado

Silos de cimento, fornos rotativos, chaminés altas dependem de alta precisão, tolerância ao calor e ciclo rápido de execução, tripé onde o painel metálico reina.


Edificações residenciais repetitivas

Condomínios de torres idênticas utilizam o mesmo jogo de painéis andar após andar, diluindo custo inicial de fôrma em centenas de pavimentos.


Elemento pré-moldado de concreto com bainhas de protensão visíveis, em instalação sob cobertura metálica industrial.

Como escolher o sistema de fôrma ideal


Prazo contratual

Obras com multas diárias pesadas justificam investir em sistemas mais eficientes. Cada dia de antecipação economiza custos indiretos de gerenciamento, aluguel de máquinas e proteções.


Pressão projetada

Para lançamentos rápidos ou concreto autoadensável, especifique painéis com resistência acima de 70 kN/m². Isso evita deformações e garante liberação rápida de guindaste e bomba.


Geometria estrutural

Curvas? Escolha painéis circulares.

Grande altura? Sistema Auto Elevatório (SAE) ou fôrmas deslizantes.

Repetição prismática? Módulos modulares.

Pré-fabricação? Moldes industriais sob medida.


Assistência técnica do fornecedor

Visitas de equipe qualificada, estoque de peças sobressalentes e linha direta com engenharia fazem diferença quando a obra não pode parar. Fornecedores que oferecem supervisores dedicados reduzem a curva de aprendizagem e minimizam erros caros.


Pré-moldado de concreto armado em fase de concretagem, com formas metálicas e armaduras aparentes sob estrutura metálica.

Perguntas frequentes


Quantas reutilizações reais um painel aguenta?

Entre 70 e 120, dependendo de concretagem, manutenção e armazenamento.


A fôrma metálica pesa muito?

Um painel de aço 1,20 × 60 cm pesa 33,4 kg; duas pessoas manuseiam sem esforço. Para obras sem grua, a opção do painel de alumínio de 60 x 100 reduz para 11,84 kg.


Posso alugar painéis curvos sob demanda?

Sim, as locadoras mantêm diâmetros padrão em estoque e fabricam fôrmas especiais 


Fôrma deslizante precisa de concreto especial?

A resposta é sim. Para determinar o concreto é necessário levar em consideração diversos fatores como por exemplo as condições climáticas e tempo mínimo de pega do concreto. Essas determinações devem ser levadas em consideração para a determinação do tipo de concreto.


Quanto economizo em revestimento?

Concretos moldados em face metálica lisa reduzem em até 70% a espessura de argamassa de regularização interna de tanques e pilares.


Forma metálica de geometria octogonal montada em obra de fundação com escavação profunda e armação vertical.

Cronograma comparativo de pilares vazados


Quando se compara fôrma trepante, modulada e deslizante em pilares retangulares de 7 m de largura e 40 m de altura, a fôrma deslizante atinge economia de 78% no prazo e adicionais 40% no custo indireto. Isso se traduz em menos locação de guindaste, menos horistas e antecipação de faturamento.


Perspectiva frontal de forma metálica para produção de elemento estrutural com geometria em ‘V’, posicionada na fábrica.

Conclusão


Migrar para fôrma metálica é jogar em outro campeonato: o da previsibilidade de ciclo, da segurança integrada, da sustentabilidade real e do ROI que se enxerga já no segundo ou terceiro reaproveitamento. Painéis retos, circulares, fôrmas deslizantes ou moldes industriais elevam a obra a um padrão industrial, onde não há espaço para gambiarra e atraso.


Estrutura cilíndrica de concreto em processo de concretagem noturna utilizando fôrma deslizante, iluminada por refletores. A estrutura é sustentada por escoramento metálico e escada de acesso em metal, com operadores visíveis na base e no topo. A imagem foi registrada em uma obra em Brumadinho-MG, destacando a execução de um reservatório com uso de tecnologia de fôrma contínua.

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